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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JORGE MONJE ROCA

( Bolívia )

 

TRINIDAD (Beni), 1925.
Jornalista, dirigiu a "Voz de Beni", colaborou em "Prensa Libre" de Cochabamba.

 

TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS

 

BEDREGAL, Yolanda.  Antología de la poesia boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977.  627 p.  13,5x19 cm. 
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Imagem:

https://www.google.com/search?q=siringuero+++bolivia

 

SERINGUERO DE BENI

 

Siringuero
gigante,
minero de la selva
en socavones verdes.

Atado a la coyunda
de tichelas y cuchillos
bajo el trágico signo de los explorados
vas quemando el sernambí de años.

Miseria y látex
ennegreció tus manos.

Densa fumaza
ennegreció tus pulmones.

Y en la oscura bolacha
que ruedas por la senda,
vas empujando tu destino
negro como la goma,
torcido como la estrada.

En Santa Cruz de la Sierra
reengancharon a tus padres
ebrios de alcohol y codicia
con un sol de esterlinas en los ojos.

¿Y qué pasó después
Hombre-de-goma
harapo-de-resinas?

Tú,
ellos,
tus hijos
conocen lo que guardó la Historia.

Pasa una centuria
que la goma rueda por estradas umbrías.

Milhares de cruzes
jalonan los dominios de Carón.

Cada pahuichi es un hito
donde murió tu esperanza.

Todo buyón una tumba
donde agonizan tus ansias.

Siringuero solitario,
minero de la selva:
¡Arroja las tichelas
y empuña los cuchillos!

¡Que los maderos curen sus antíguas heridas!
¡Que la hierba crezca de nuevo en las estradas!

¡Corre!... Corre, siringuero,
flameando tus harapos
en el mástil de tus brazos!...

Hay una savia
más blanca que el látex
aguardando tus manos
y tu sed de justicia.

Los que bebieron tu sangre
convertida en champán,
los truncaron tus sueños
y te arrugaron el alma,
pagarán con su sangre
tus cien años sin pan!

Siringuero
gigante,
minero de la selva:
en el nuevo horizonte
con un pétalo de aurora
ya no será el esclavo
sino el dueño del látex
y del verde sendero!

 

*Sernambi: Borracha recolhida da casca da seringueira,
cheia de impurezas.
*Buyón: Fogão subterrâneo em que fumega a borracha.

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

SIRINGUERO DEL BENI

Seringueiro
gigante,
mineiro da selva
em sumidouros verdes.

Atado à cova
de tigelas e facas
sob o trágico signo dos explorados
vais queimando o sernambi
*1 de anos.

Miséria e látex
escureceu tuas mãos.

Densa fumaça
escureceu teus pulmões.

E na escura bolacha
que rodas pelo sendeiro,
vais empurrando teu destino
negro como a goma,
torcido como a estrada.

Em Santa Cruz de la Sierra
reengancharam os teus pais
ébrios de álcool e ambição
com um sol de esterlinas nos olhos.

E que aconteceu depois
Homem-de-borracha
farrapo-de-resinas?

Tu,
eles,
teus filhos
conhecem o que a História conservou.

Passa uma centena
que a goma circula por estradas sombrías.

Milhares de cruzes
marcam os domínios de Carón.

Cada medo de comer é uma marca
onde morre tua esperança.

Toda compra uma tumba
onde agonizam tuas ânsias.

Seringueiro solitário,
mineiro da selva:
Lança as tigelas
e empunha as facas!

Que os sarrafos curem suas antigas feridas!
Que a erva cresça outra vez nas estradas!

Corre!... Corre, seringueiro,
inflamando teus farrapos
no mastro de teus braços!...

Existe uma seiva
mais branca que o látex
aguardando tuas mãos
e tua sede de justiça.

Os que beberam teu sangre
convertida em champanhe,
mutilaram os teus sonhos
e enrugaram tua alma,
pagarão com seu sangue
teus cem anos sem pão!

Seringueiro
gigante,
mineiro da selva:
no novo horizonte
com uma pétala de alvorada
já não será o escravo
mas o dono do látex
e do verde caminho!

 

*1 Sernambi: Borracha recolhida da casca da seringueira,
cheia de impurezas.
*Buyón: Fogão subterrâneo em que fumega a borracha.

 

*

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Página publicada em julho de 2022


 

 

 
 
 
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